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Programa Transcidadania amplia chances de entrada no mercado de trabalho

Uma centena de pessoas trans se formaram no primeiro semestre deste ano pelo programa Transcidadania, da Prefeitura de São Paulo, que estimula o prosseguimento dos estudos com o objetivo de ampliação de oportunidades para o ingresso no mercado de trabalho.


O programa existe desde de 2008. Na foto, uma das capacitações que foi realizada no Sebrae em 2019. (foto: Divulgação)

Um público que tem como parte de sua rotina grandes dificuldades, como situações de violência – a maioria se arrisca trabalhando nas ruas (a expectativa de vida de pessoas trans no Brasil é de 35 anos, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais - Antra), preconceitos e discriminações, inclusive dos próprios familiares, pais, mães e irmãos, que as obrigam a sair de casa, por não aceitarem como são.


Mesmo assim, na noite de sexta-feira, 30 de junho, na Praça das Artes, centro de São Paulo, receberam o diploma de conclusão do programa, das mãos da coordenadora de Políticas LGBTI+, Léo Áquilla, da secretária de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine e da secretária da Cultura, Aline Torres.


Duas ex-participantes do programa Transcidadania contaram suas experiências durante a cerimônia.


“Temos inteligência e eficiência para estar em qualquer lugar e é isso mesmo que quero dizer pra vocês: que é difícil, mas lutem e não desistam. Depois de concluir o ensino médio conheci uma pessoa que me ajudou e patrocinou os meus estudos para me formar em Direito. A pandemia veio para piorar a situação, mas persisti e venci, e estamos vencendo", contou Athena Joy.

Durante os dois anos no Transcidadania, as participantes concluíram o ensino fundamental ou o médio pelo EJA (Ensino de Jovens e Adultos) em escolas públicas indicadas pelo programa (a matrícula é condição para receber a bolsa-auxílio mensal de R$ 1.386,00). Também participaram de oficinas, cursos de idiomas, palestras sobre cidadania e direitos sociais, tiveram acesso a espaços de cultura a que normalmente não teriam condições de ir, e, por intermediação junto a empresas e órgãos públicos, conseguiram se recolocar no mercado de trabalho.


Luta por emprego


Um dos maiores desafios para pessoas trans é o ingresso no mercado de trabalho formal. Algumas ex-beneficiárias do programa Transcidadania conseguiram emprego na própria Prefeitura de São Paulo: nos Centros de Cidadania LGBTI+, onde são atendentes, assistentes sociais e coordenadoras; em Unidades Básicas de Saúde; no atendimento ao público nas sedes do Descomplica (que reúne em um único local diversos serviços municipais) e trabalham em escolas municipais.

ska Santos Silva.


“Sou uma das beneficiárias do Transcidadania e a escola é o melhor caminho. Isso é só um apoio para que a gente consiga alcançar diversas opções. Por meio do Transcidadania fui trabalhar no SUS (Serviço Unificado de Saúde) e estou me preparando para ser assistente social porque amo cuidar e ajudar as pessoas. O projeto Transcidadania é uma oportunidade única”, disse Helen Rodrigues de Almeida.

Clique aqui e saiba mais sobre o Transcidadania.

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