Taly Cohen, Flávia Matalon e mais: "Janelas do Olhar" abre nova temporada da galeria NATA Art&Design
- Antonio Montano
- 10 de jun.
- 2 min de leitura
A partir de 12 de junho, a Galeria de Arte Contemporânea NATA Art&Design, em Pinheiros, recebe a exposição Janelas do Olhar.

O título dialoga com uma antiga metáfora renascentista que comparava a pintura a uma janela — um espaço de transparência, domínio visual e razão.
Em Janelas do Olhar, a NATA Art&Design propõe uma curadoria na qual cinco artistas contemporâneos subvertem essa perspectiva clássica, apresentando obras que carregam um recorte íntimo, subjetivo e sensorial de seus próprios modos de ver.
Aqui, cinco artistas contemporâneas — Greicy Khafif, Flávia Matalon, Michelle Rosset, Rox Rezende e Taly Cohen — não oferecem vistas idealizadas, mas abrem frestas para universos íntimos, sensoriais e subjetivos. Suas obras propõem ao público não apenas ver, mas reinventar a própria maneira de enxergar.
“As ´janelas´ de cada artista são apresentadas não apenas como pontos de observação, mas como dispositivos de mediação entre o mundo e o sujeito”, diz Natasha Szaniecki, diretora e sócia de Ariela Mansur, na galeria. “A exposição Janelas do Olhar propõe um percurso por diferentes formas de se ver e sentir o mundo. Um convite à pausa, à escuta e à reinvenção do olhar. Aqui, a arte não pretende capturar o mundo como ele é, mas criar modos sensíveis de habitá-lo — ainda que por instantes, ainda que por frestas”, completa Ariela.
Com Rox Rezende, a janela se manifesta de forma espacial: suas intervenções em ferro criam aberturas que ativam o movimento e instauram um olhar atento, quase cenográfico. Com Greicy Khafif, a janela é simbólica e vibrante, conduzindo o olhar pelas camadas do feminino e revelando tensões entre o íntimo e o social. Michelle Rosset apresenta o seu olhar a partir da observação do espaço — pensando em como a sombra é projetada a partir da luz de uma janela, suas obras atravessam diferentes linguagens e escalas, expandindo a percepção entre o visível e o possível. Assim, a artista procura transformar através do corte, da dobra ou da sobreposição, as múltiplas possibilidades de visualização da forma.
Taly Cohen constrói janelas afetivas a partir de elementos sensíveis e domésticos, criando composições que abordam a resistência e a memória de maneira singular e nos encorajando a olhar além das adversidades. Já Flávia Matalon oferece algo como um olhar a partir de uma simples fresta: sua poética visual convida à contemplação do detalhe e do silêncio, como alguém que percebe com mais atenção o que é possível notar quando se olha para baixo. Seus desenhos revelam a beleza contida nos gestos cotidianos que, muitas vezes, passam despercebidos.
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